ALERTA
Um alerta sobre as drogas
Guilherme Coelho da Rocha
O mundo apresenta níveis de agressividade e desequilíbrio sociais extremamente preocupantes. Com isso, no que tange aos nossos jovens, pais precisam revestir-se de compreensão e doçura no preparo dos filhos, visando a torná-los aptos a enfrentar de maneira eficaz as adversidades.
É necessário que haja entre pais e filhos um contato afetivo em plena luz. Portanto, urge que os pais compreendam bem que, ao trazerem ao mundo os filhos, têm também o dever e a obrigação de prepará-los para a vida, procurando torná-los independentes, para que possam se defender-se das influências, dos vícios e da ausência de virtudes do meio.
Conseqüentemente, a presença diária dos pais na educação dos jovens é salutar e muito influencia positivamente para que os filhos possam enfrentar, combater e apagar da mente os instintos comuns dos animais inferiores, evitando, assim, serem vítimas incautas e se converterem em prisioneiros dessa trama diabólica que é o vício das drogas.
A droga fascina e ilude com poder devastador, pois os ilusórios segundos de poder, liberdade e felicidade rapidamente se convertem num mar de desespero, desilusão e caos.
Os poucos que conseguiram vencer a procela em seu furor narram momentos tensos e angustiantes, sem contar com os amigos perdidos, os pais amargurados e a destruição da vida no seio da família.
Esse quadro de terror, desilusão e destruição da vida está bem exemplificado na carta de despedida, transcrita no livro Valorize sua vida, da professora Olga B. C. e Almeida, através da qual o estudante americano Percy Patrick Pilon, antes de suicidar-se, se dirigiu a todos os jovens com uma confissão comovente.
Além da comoção, os fatos narrados são um alerta, à medida que relatam os momentos angustiantes, infernais pelos quais passou até os últimos minutos de sua vida como dependente e prisioneiro das drogas.
O jovem Percy afirmou, na carta-despedida, que a droga pode proporcionar momentos de felicidade, mas a cada um desses momentos corresponde um século de desespero, que jamais poderá ser apagado. E confessou que a droga destruiu seus sonhos de amor, suas ambições, sua vida no seio da família, enfim, toda uma vida que ele gostava ou gostaria de ter.
Finaliza implorando, esperançoso de poder, com seu gesto, servir de lição e salvar quem ainda está em tempo de ser salvo dessa diabólica prisão dos insensatos.
Portanto, aqui dois pontos devem ser observados: o primeiro é que os pais devem estar sempre presentes na educação dos filhos; o segundo versa sobre o jovem – ele precisa ter caráter, personalidade, originalidade e aprender com as boas lições de seus pais e da escola, para que, com o uso da razão e da mente esclarecida, possa afirmar "não às drogas!"
Entendo que o dependente químico deve receber tratamento adequado para se recompor e adquirir condições de desenvolver uma vida normal, sem uso de tóxico, não significando, entretanto, que a punição às suas faltas seja suspensa.
Toda e qualquer medida legal ou punitiva deve ser tomada juntamente com a aplicação de um tratamento eficaz, visando a evitar o agravamento do quadro clínico e psicológico, pois o valor de uma vida não é mensurável.
Em suma, o tratamento adequado de todo e qualquer dependente químico requer participação, dedicação e interação efetiva e afetiva da família, do Estado e da sociedade. O autor é Coronel da Polícia Militar, freqüentador da Filial Vitória, ES
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